"Alegando economizar recursos de custeio e também proporcionar economias para que os investimentos sejam mantidos pelo governo, o metrô de São Paulo vai mandar para casa até julho deste ano 3% do quadro de funcionários, o que corresponde a 300 trabalhadores, através de um Programa de demissão Voluntária (PDV). Essa é a terceira tentativa do Metrô de colocar o programa de demissão voluntário em prática. A primeira foi em janeiro de 2015, depois em janeiro de 2016 e, depois, em abril do mesmo ano. O público-alvo do PDV são os funcionários mais antigos que, segundo o governo, custam mais caro para o Metrô. Alegações a parte, o fato é que além de termos mais um contingente de desempregados no mercado de trabalho, teremos também que conviver com serviços oferecidos aos usuários de baixa qualidade, tendo em vista que o déficit de funcionários hoje no setor já passa de mais de mil trabalhadores. Ou seja, teremos trens sobre trilhos sem trabalhadores e em vias de colapso total, afirma Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

O Metrô confirmou para julho o início do PDV (Programa de Demissão Voluntária). Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o objetivo da medida é enxugar a folha salarial da empresa do governo do estado e, consequentemente, custos.

“O programa foi aprovado pelo governo e finalmente vamos lançar para que possamos economizar recursos de custeio e também proporcionar economias para o governo para que os investimentos possam ser mantidos”, disse o secretário.

Avisado pelo DIÁRIO do início do PDV, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo disse repudiar a iniciativa. “Essa não é a primeira vez que o secretário faz esse tipo de coisa. São informações que geram insegurança e instabilidade nos trabalhadores porque ninguém sabe o que de fato vai acontecer”, lamentou o diretor do Sindicato dos Metroviários, Alex Santana.

Segundo ele, essa é a terceira tentativa do Metrô de colocar o programa de demissão voluntário em prática. Sempre segundo o sindicato, a primeira foi em janeiro de 2015, depois em janeiro de 2016 e, depois, em abril do mesmo ano.

A assessoria de imprensa do Metrô confirmou, nesta terça (21), que em julho os funcionários da empresa poderão receber benefícios caso peçam para deixar seus cargos. Ainda segundo o Metrô, os termos do PDV serão detalhados em ocasião oportuna, em julho.

Assim, os funcionários terão alguns meses para avaliar as condições e optar pela adesão. O público-alvo do PDV é os funcionários mais antigos que, em tese, custam mais caro para o Metrô. “Temos um prazo para que as pessoas possam aderir de 60 a 90 dias e depois nós vamos fazendo aos poucos o desligamento daquelas pessoas que queiram sair, que já prestaram seus serviços ao Metrô, foram úteis por 30 anos, 40 anos e, agora, de maneira justa, estariam querendo um descanso, uma aposentadoria digna”, justificou o secretário.

 

Para sindicato, medida vai afetar serviços prestados

De acordo com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, se o PDV for realmente aberto sem a contrapartida de novas contratações, os serviços oferecidos aos usuários do transportes sobre trilhos serão sucateados.

O Metrô tem 9,4 mil trabalhadores, sendo que quase a metade é de funcionários com idade para se aposentar ou em vias de dar entrada no benefício.

“Se houver adesão dessa parcela dos funcionários e não forem feitas novas contratações, será um colapso. Hoje as estações ficam com poucas bilheterias abertas, já há redução de funcionários nos bloqueios (catracas) e faltam operadores de trens com o quadro que temos hoje, imagina sem eles. Os prejudicados serão os trabalhadores e os usuários”, declarou.

Segundo o sindicalista, o quadro atual já opera no limite. “O déficit de funcionários é de pelo menos mil pessoas. O setor de operações é onde mais falta trabalhadores. São eles que cuidam do tráfego (operação) de trens e atendimentos nas estações (bilheteria e catracas)”.