No Brasil regionalizado de hoje, cresce cada vez mais o número de pessoas desempregadas. Houve aumento do desemprego em todas as grandes regiões do país no segundo trimestre deste ano, se comparado com o mesmo período de 2015. O nordeste saiu na frente com a maior taxa, subiu de 10,3% para 13,2%, em um ano. Na seqüência, entre as maiores taxas estão a Sudeste (de 8,3% para 11,7%), a Norte (de 8,5% para 11,2%) e o Centro-Oeste (de 7,4% para 9,7%).

"Brasileiros de todos os cantos do país, já não encontram em suas cidades de origem a segurança de empregabilidade que deveriam desfrutar para poderem sustentar suas famílias. O vírus do desemprego se espalhou de tal maneira, que hoje estamos perto dos 12 milhões de desempregados. São vítimas de um processo que começou anos atrás e que, se não fizermos nada, as futuras gerações que virão pagarão um preço muito alto", declara Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A taxa de desocupação subiu em todas as grandes regiões do país no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2015. No Norte, pulou de 8,5% para 11,2%; no Nordeste, de 10,3% para 13,2%; no Sudeste, de 8,3% para 11,7%; no Sul, de 5,5% para 8%; e no Centro-Oeste de 7,4% para 9,7%. As taxas são as mais altas para cada região já registradas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que teve início em janeiro de 2012.

A taxa geral, divulgada pelo IBGE no fim de julho, ficou em 11,3% no trimestre encerrado em junho. A taxa é a maior já registrada pela série histórica da Pnad. A população desocupada cresceu 4,5% em relação ao primeiro trimestre e chegou a 11,6 milhões de pessoas. Já na comparação com o 2º trimestre de 2015, o aumento foi de 38,7%.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o segundo trimestre do ano historicamente é marcado por um aquecimento do mercado de trabalho devido a retomada do processo produtivo. Mas, em razão da crise, pelos segundo ano consecutivo o período de abril a junho não dá trégua ao desemprego.

— A expectativa é que menos unidades da federação tivessem recorde de desocupação, mas ocorreu o contrário devido ao aumento da procura por emprego, resultado da combinação da perda de trabalho com carteira com um mercado informal que já não absorve mais esses trabalhadores como antes —explica Azeredo.

 

Ele complementa:

— Aquele fôlego do mercado em absorver mão de obra que perdia o emprego com carteira no mercado informal desacelerou, e isso provoca um aumento maior do grupo que procura trabalho. Isso ocorre porque você tem um comércio que sofre diante de uma renda que continua em queda, freando os gastos das famílias.

Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desocupação no segundo trimestre de 2016 foram observadas no Amapá (15,8%), Bahia (15,4%) e Pernambuco (14%), todas com taxas bem acima do índice geral. Já as menores taxas ficaram em Santa Catarina (6,7%), Mato Grosso do Sul (7%) e Rondônia (7,8%), que tiveram índices abaixo do resultado Brasil. Todas as unidades, exceto Roraima, Rondônia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia e Distrito Federal, registraram as maiores taxas de desemprego para a região desde o início da pesquisa.

 

NÍVEL DE OCUPAÇÃO

O nível de ocupação, que o indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar, ficou em 54,6% para o Brasil no 2º trimestre de 2016. As regiões Nordeste (48,6%) e Norte (54,4%) ficaram abaixo da média do país. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,1% no Sul, 59,2% no Centro-Oeste e 56,1% no Sudeste.

Entre os estados, Mato Grosso do Sul (61,1%), Santa Catarina (59,4%), Paraná (59,2%) e Goiás (59,2%) apresentaram os maiores percentuais de ocupação, enquanto Alagoas (42,9%), Pernambuco (46,6%) e Rio Grande do Norte (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.

No segundo trimestre de 2016, os percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho nas grandes regiões ficaram acima da média Brasil, que foi de 77,3%, no Sul (85,4%), no Sudeste (82,7%) e no Centro-Oeste (77,5%). E ficaram abaixo no Norte (61,5%) e Nordeste (62,2%).

Santa Catarina (89,7%), Distrito Federal (86,2%), Rio de Janeiro (85,7%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (51,8%), Piauí (52,3%) e Pará (57,4%) apresentaram os menores.

 

RENDIMENTO MÉDIO

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$1.972) nas regiões Sudeste (R$ 2.279), Centro-Oeste (R$ 2.230) e Sul (R$ 2.133), enquanto Norte (R$ 1.538) e Nordeste (R$ 1.334) ficaram abaixo da média.

O Distrito Federal apresentou o maior rendimento (R$ 3.679), seguido por São Paulo (R$ 2.538) e Rio de Janeiro (R$ 2.287). Os menores rendimentos foram registrados no Maranhão (R$ 1.072), Bahia (R$ 1.285) e Ceará (R$ 1.296).

A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 174,6 bilhões para o país com um todo) ficou em R$ 90,4 bilhões na região Sudeste, em R$ 29,8 bilhões no Sul, em R$ 28,0 bilhões no Nordeste, em R$ 16,2 bilhões no Centro-Oeste e em R$ 10,2 bilhões no Norte.

No 1º trimestre de 2016, as taxas haviam sido de 12,8% no Nordeste; de 11,4% no Sudeste; de 10,5% no Norte; de 9,7% no Centro-Oeste; e de 7,3% no Sul. No trimestre encerrado em março, o índice de desemprego foi de 10,9% e no período de abril a junho de 2015, de 8,3%.