Numa só tacada 6 mil trabalhadores da indústria paulista foram demitidos em julho, segundo a Fiesp. Desde o início do ano, já foram 63 mil vagas perdidas. A Fiesp reafirmou a projeção total para 2016, de eliminação de 165.000 vagas de trabalho, contra perda de 235.500 vagas no ano passado.

"São números assustadores, que refletem muito bem a crise econômica que o Brasil atravessa nos últimos anos. É a pior desde a década de 1920 e prejudica, especialmente, os mais pobres. Principalmente porque não estamos vendo, neste momento, nenhuma iniciativa que venha garantir os empregos existentes e a criação de novas vagas", ressalta Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

As indústrias de São Paulo fecharam 6 mil vagas de emprego em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Federação das Indústrias do estado (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O número representa queda de 0,26% em relação a junho. Com ajuste sazonal, a retração foi de 0,15%.

Desde o início do ano, já foram 63 mil vagas perdidas, uma queda de 2,75%. De julho do ano passado até o mesmo mês de 2016, o número de vagas fechadas alcançou 206 mil, recuo de 8,43%.

Entre os setores, a maior perda de vagas de emprego em julho foi na indústria de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, que fechou 1.077 vagas. Já a indústria de informática, produtos eletrônicos e ópticos perdeu 883 vagas.

Já no acumulado do ano, o setor que acumula mais vagas fechadas é o de metalurgia, com queda de 17,92% nas vagas. O setor também é o maior destaque negativo na comparação interanual, com perda de 23,26%.

A Fiesp reafirmou a projeção total para 2016, de eliminação de 165.000 vagas de trabalho, contra perda de 235.500 vagas no ano passado.

Em julho, das 36 regiões consideradas no levantamento, 25 tiveram variação negativa no nível de emprego em julho, 9 registraram aumento de vagas, e 2 ficaram estáveis.

“Teremos ainda algumas quedas, mas em menor dimensão do que há seis ou oito meses, mas podemos dizer que está se estabilizando”, disse em nota Paulo Francini, diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon).

“Tivemos um início de ano muito ruim, e como uma perda grande sempre acontece em dezembro, esta é inexorável; vamos ter mais desemprego ainda. Um quadro ainda ruim, mas com tendência de até o final do ano alcançarmos uma estabilidade.”