TV a Cabo

A diretoria colegiada da Ancine definiu esta semana um cronograma para a análise regulatória da fusão entre AT&T e Time Warner.

Segundo apurou este noticiário, a soma dos diferentes prazos que devem ser considerados totaliza um pouco mais de seis meses, o que joga uma definição para o princípio do segundo semestre de 2019, podendo ocorrer antes caso alguma das etapas possa ser acelerada.

Os números da Anatel de TV paga referentes ao mês de dezembro de 2018 mostram, no último mês do ano passado, um cenário de queda em relação a novembro, com uma base total de 17,57 milhões de assinantes no final do ano contra 17,59 no mês anterior.

A perda foi de cerca de 20 mil assinantes. No ano de 2018, a queda no mercado de TV por assinatura foi de quase 550 mil clientes. No mês de dezembro, a operadora de DTH Claro TV perdeu 41 mil clientes, mantendo a tendência de limpeza de base, e fechou o ano com 1,54 milhão de assinantes.

Segundo dados inéditos apresentados pela consultoria Ampere Analysis no PAYTV Forum 2018, evento organizado pela TELETIME e pela TELA VIVA e que aconteceu esta semana em São Paulo, a base de usuários de plataformas de SVOD (subscription video-on-demand, que no Brasil é amplamente dominado pela Netflix) cresceu três novos assinantes para cada assinante perdido em 2017.

Segundo Guy Bisso, analista e diretor da empresa de análise do mercado de TV paga, a forte queda de base registrada na América Latina  tem forte relação com a crise econômica, sobretudo em mercados como Brasil, México e Argentina, mas este movimento aconteceu em paralelo ao crescimento de um novo modelo de distribuição de TV.  Dados da consultoria apontam que no final de 2017 o Netflix tinha cerca de 8,5 milhões de usuários no Brasil (o que coloca a plataforma do mesmo tamanho da Net Serviços, maior operadora de cabo do país) e no final de 2018 a estimativa é de 10 milhões de usuários. Seriam, em termos de contratos (accounts), 24% do mercado de TV por assinatura. A discrepância entre os dados absolutos e relativos está no fato de que os usuários de cada conta do Netflix superam o número de assinaturas, pelo compartilhamento de senhas. No entanto, diz Bisson, o Netflix capturaria nesse momento apenas 5% do total de receitas do mercado.

Os cortes de base da operadora de DTH do grupo Claro Brasil, a Claro TV, tiveram forte impacto na acentuada perda de base do mês de novembro divulgadas pela Anatel no final de 2018.

Segundo dados da agência, o mercado de TV paga perdeu em apenas em novembro nada menos do que 119,3 mil clientes. Foi a maior perda mensal do ano, superando o número de fevereiro.

Do ponto de vista do ambiente regulatório, não são apenas as operadoras de TV por assinatura que pedem um tratamento menos controlado no mercado.

Durante o PAYTV Forum, que aconteceu nesta segunda, dia 30, em São Paulo, os programadores também engrossaram o discurso por um ambiente menos engessado. Lara Andrade, VP de assuntos regulatórios da Discovery, disse que o fato de haver uma lei com uma série de obrigações é um fato com que as empresas têm que lidar, mas ponderou que as empresas de Internet não seguem a Lei do SeAC como as programadoras tradicionais. Aliás, ela lembrou, que quem definiu o que seriam e como seriam as programadoras foi a própria lei 12.485. "Elas (as empresas de Internet) têm a regulação do Marco Civil, são mundos completamente separados. Mas a figura do programador só existe na Lei do SeAC, que 'contou' para a gente o que a gente era", ironizou. Ela disse que é importante um processo de simplificação regulatória e que hoje o ambiente brasileiro, se não espanta grupos estrangeiros, cria muita insegurança jurídica.

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