Hoje vou defender Marta Suplicy: ela está certa em querer incluir as mensalidades da TV por assinatura no Vale-Cultura. A decisão causou estranheza e irritação no meio cultural. A posição da ministra também causou medo, afinal, especula-se -- e com razão -- que boa parte do dinheiro vai as emissoras de TV.

O leitor desta coluna já sabe que considero o Vale-Cultura um desperdício monumental de dinheiro público. É uma daquelas bobagens que, mais tarde, todos verão com clareza, pois esses recursos poderiam ser usadas formando plateias, especialmente em escolas públicas e em comunidades periféricas. Seria uma tremenda alavanca para a educação pública. Estamos falando aqui de bilhões de reais. Fale-se em R$ 10 bilhões por ano.

A ministra está apenas sendo coerente, afinal a norma é que cada um faz o que quiser com o dinheiro. O Vale-Cultura vai servir para comprar jornais e revistas - qualquer jornal ou revista, ressaltemos. E deve valer para a ajudar a bancar também as assinaturas digitais, já que jornais e revistas começam a cobrar pelo acesso a seu site. Então, por que não a TV por assinatura?

Para quem não tem acesso a cinema, a TV por assinatura é um acesso a filmes e documentários de alta qualidade. Mesmo quem mora em grandes cidades, é um jeito de ver o que se melhor produz em produção cinematográfica.

O que vamos ver - e não vai demorar - é que, com o Vale-Cultura, será drenado dinheiro público especialmente para grandes grupos de entretenimento, jornalismo e cultura, capazes de seduzir, com mais eficiência, o consumidor.

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