SINCAB

Com tal medida, o governo opta por dar continuidade à arrecadação com menor esforço, colocando mais contribuintes para pagar impostos.

A presidente Dilma Roussef continuará insistindo na correção da tabela de Imposto de Renda em 4,5%, em detrimento da classe trabalhadora, conforme anunciou nesta sexta-feira (20), durante cerimônia de recebimento de novas credenciais dos embaixadores no Palácio do Planalto, ao enviar uma nova proposta ao Congresso Nacional.

Em entrevista aos jornalistas, a presidente foi enfática quando afirmou: "Eu tenho um compromisso e vou cumprir o meu compromisso que é 4,5%". Segundo a presidente não haveria no momento espaço para uma correção maior, pois colocaria em xeque as contas do governo.

O Congresso Nacional aprovou, no ano passado, um reajuste maior de 6,5%, valor esse mais próximo da inflação calculada em 2014, em torno de 6,41%. No entanto a presidente Dilma vetou a medida em 20 de janeiro, sob alegação de que causaria um rombo fiscal nos cofres do governo da ordem de R$ 7 bilhões.

Segundo estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), se permanecer o reajuste em 4,5% conforme quer o governo, haverá um prejuizo sem precedentes para os trabalhadores, já que a tabela do Imposto de Renda está defasada em 64,28%, com a inflação acumulada desde 1996. Atualmente, quem tem rendimento acima de R$ 1.787 já é contribuinte. Se fosse aplicada a correção de todo o período, o limite de isenção subiria para R$ 2.935.

O SINCAB, tem sempre defendido uma correção mais próxima da realidade da classe trabalhadora. Destaca ainda que, em razão da defasagem na tabela de cálculo do IR, parte dos contribuintes acabou sendo colocada em faixas com aliquotas maiores, e afirma : "Quando não se faz a correção tributária adequada, parte do ganho salarial deixa de ser ganho, porque o trabalhador passa a pagar mais impostos".

Veja Como Ficou a Tabela 2015 com 4,5%