"Não é ressuscitando a CPMF que o governo vai resolver todos os seus problemas econômicos, até porque no passado esse mesmo imposto foi implantado para resolver o problema da saúde e acabou sendo desviado para outras finalidades. Além disso, uma pesquisa feita em abril deste ano mostrou que a grande maioria dos entrevistados (79,2%) é contra por entender que o governo deve procurar outras medidas para aumentar sua receita sem afetar o bolso dos brasileiros. Na realidade é preciso ir muito, além disso. O governo precisa fazer a lição de casa, cortar gastos, recuperar a credibilidade e trazer de volta o desenvolvimento econômico para o país, ressalta Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou na manhã da última terça-feira (16) que criar um novo imposto não é a primeira opção do governo.

De acordo com ele, o governo tomará outras medidas, como o corte de gastos, antes de lançar mão da criação, por exemplo, da CPMF.

"O que temos dito é que criar impostos não é a primeira opção do governo. Antes de discutir criação de impostos, o governo precisa fazer o dever de casa: cortar gastos, animar a economia, ajustar a legislação, recuperar a segurança jurídica, a credibilidade, ter condição de dar previsibilidade aos setores econômicos para fazer investimentos. Portanto, a discussão de uma transição com algum tipo de imposto poderá ser necessária, mas será dita no momento apropriado pelo coordenador da equipe econômica, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda)", disse.

Questionado sobre divergências no tema no governo -depois de Meirelles defender a criação de um novo imposto, Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, disse que não era o momento de recriar a CPMF-, Jucá disse que a questão não é "ser contra ou a favor" da medida.

"A questão é ser compatível com a realidade, com a expectativa e com a forma de melhorar a economia. Precisamos arrumar o crescimento, encaminhar questões econômicas, enfim. Acho que num primeiro momento a discussão não é criar impostos, é fazer os ajustes", disse.

Segundo Jucá a discussão sobre o tema "será feita no momento apropriado".

Jucá participou na manhã desta terça da 28ª edição do Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, no Rio.

Sobre corte de gastos, Jucá reafirmou o desejo do governo de cortar até dezembro quatro mil cargos comissionados.

Ele afirmou que o objetivo é ampliar essa margem, sem especificar um número exato.

"Não é só corte de gastos. É a racionalização das despesas, a melhoria da governança e a modernização da máquina."

Ele lembrou que há pelo menos 20 mil funções gratificadas no Executivo. Segundo ele, o governo tem 51 mil formas de gratificar e contratar pessoas. Todas esses cargos passarão por avaliação, afirmou.

 

 

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