Alegando pouca rentabilidade a Volkswagen mundial anunciou que vai cortar cerca de 30 mil postos de trabalho em todo o mundo, como parte de um plano de recuperação da empresa. O Brasil deverá sofrer com cortes de pessoal, tendo em vista que a empresa é uma das marcas que mais caiu em vendas neste ano, reduzindo sua participação no mercado nacional de 14,9% entre janeiro e outubro de 2015 para 11,7% no mesmo período de 2016.

"Essa já não é a primeira vez que se fala em corte de vagas na Volkswagen Brasil. De julho até setembro deste ano a empresa incentivou demissões voluntárias, fez redução de salários e corte de benefícios. Somente em setembro, 1,3 mil trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo aderiram ao PDV lançado pela empresa e foram embora para casa. O que não se sabe é qual vai ser o tamanho do próximo corte e quantas vezes isso se repetirá daqui para frente", enfatiza Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O grupo automobilístico alemão Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (18) que vai suprimir cerca de 30 mil postos de trabalho em todo o mundo, incluindo o Brasil, como parte de um plano para recuperar sua rentabilidade.

A Alemanha deve sofrer mais de dois terços do corte, ou aproximadamente 23 mil vagas. O restante afetará principalmente o Brasil e a Argentina, afirmou Karlheinz Blessing, chefe de Recursos Humanos.

Questionada pelo G1, a Volkswagen do Brasil ainda não comentou o anúncio feito na matriz em Wolfsburg.

O total de demissões representa quase 5% dos funcionários no mundo inteiro. A maioria deve ser feita por meio de antecipação de aposentadorias, sem reposição da vaga.

 

Pouco lucro

"A marca Volkswagen não dá dinheiro suficiente", afirmou o presidente Herbert Diess. O objetivo é reduzir em € 3,7 bilhões por ano os gastos até 2020.

Nos primeiros 9 meses do ano, a Volkswagen reportou uma queda na margem de lucro operacional para 1,6%, ante 2,8% no mesmo período de 2015. A meta é chegar a 4%.

De acordo com Diess, a Volkswagen precisa de mudanças para sobreviver em um novo ambiente competitivo para a indústria, incluindo novas tecnologias, que necessitam de investimentos, como direção autônoma e propulsão elétrica.

"Este é um grande passo à frente, talvez o maior da história da companhia", afirmou. "Todas as montadoras terão que se reconstruir por causa das mudanças iminentes na indústria. Precisamos nos preparar para a tempestade."

Além disso, a empresa alemã ainda enfrenta prejuízos bilionários com o escândalo de fraude em emissões de poluentes dos motores a diesel, que ficou conhecido como "dieselgate". Apenas nos EUA, a marca fez um acordo para pagar cerca de US$ 15 bilhões.

 

No Brasil

A Volkswagen é uma das marcas que mais caiu em vendas neste ano, reduzindo sua participação no mercado nacional de 14,9% entre janeiro e outubro de 2015 para 11,7% no mesmo período de 2016.

Em julho, a montadora afirmou ter um excedente de 3,6 mil empregados na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que tinha na época cerca de 10,5 mil funcionários no total.

Para evitar cortes em massa, a empresa incentivou demissões voluntárias, fez redução de salários e corte de benefícios.

No final de setembro, o Sindicato dos Metalúrgicos da região informou que um Programa de Demissão Voluntária (PDV) teve adesão de 1,3 mil pessoas. O PDV foi parte de um acordo firmado com os trabalhadores, que previa estabilidade até 2021 para os que ficaram.

A produção também foi afetada por uma disputa com fornecedores, que deixou as linhas de montagem parada por cerca de 1 mês.

Na última semana, o presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, afirmou que a empresa investirá R$ 7 bilhões até 2020 para modernizar as fábricas já instaladas e produzir uma nova família de carros compactos, incluindo um novo SUV compacto.

 

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