Se tem uma coisa que todos nós queremos é que o Brasil volte a crescer, isso é consenso entre todos os brasileiros. Que o desempenho de nossa economia está muito ruim e não haverá crescimento em 2017, também concordamos. Que é preciso investir em infraestrutura e unificar o ICMS provocando o fim da guerra fiscal, também apoiamos. Que não dá mais para se fazer crescimento com base no consumo, pois estado e famílias estão endividados, concordamos plenamente.

"O que não concordamos é com o discurso de setores do empresariado convocando a população a dar sua cota de sacrifício para salvar o país. Todas às vezes em que o país se encontra em dificuldades a saída é sempre a de empurrar para o povo a conta a pagar. O cidadão comum já não suporta mais a carga tributária que recai sob seus ombros. O empresariado é sempre o lado mais privilegiado em momentos de crise, pois encontra socorro - quando precisa - com empréstimos em bancos estatais a juros baixíssimos. Já para os trabalhadores, além de faltar crédito, trabalho e renda, sobram às reformas da previdência e trabalhistas, que confiscam seus direitos adquiridos durante anos. Se vai haver sacrifício, que não seja somente em cima da classe trabalhadora", rebate Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O empresário Abilio Diniz afirmou nesta segunda-feira, 21, durante a 45ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que as previsões para o desempenho da economia brasileira são muito ruins e que não imagina que o País crescerá em 2017. “A previsão é muito ruim. Não podemos imaginar que vamos chegar a 2017 com crescimento”, disse ele, um dos maiores acionistas do grupo BRF.

Diniz defendeu a realização de reformas estruturantes no País, citando em especial a necessidade de destravar investimentos em infraestrutura e de unificar as alíquotas do ICMS, com o fim da guerra fiscal entre os Estados. Segundo ele, não será possível mais “fazer crescimento” com base no consumo, pois Estado e famílias estão endividadas. “Não há investimento e Estado não tem condição de investir”, comentou.

Para o empresário, é preciso parar de reclamar do governo e do que o poder púbico pode fazer pelas pessoas e pensar no que a população pode fazer para ajudar o governo a tirar o Brasil da crise. “Temos que largar isso de lado e penar: o que podemos fazer para ajudar”, afirmou. Ele disse que os investidores estão sequiosos para investir no Brasil, mas é preciso aprovar essas reformas estruturantes.

Diniz elogiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos da União por 20 anos e a reforma da previdência, que deve ser enviada pelo governo ao Congresso Nacional em dezembro deste ano. E, ainda, o trabalho do Banco Central para ajudar na queda da inflação.

 

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