2016 fechou o ano trazendo aumento da cesta básica na maioria das capitais do país, segundo o Dieese. Rio branco, Maceió e Belém, registraram as maiores altas. Já Recife, Curitiba, São Paulo e Campo Grande, tiveram altas menores. Sendo assim fica cada vez mais difícil o brasileiro sobreviver frente à alta de preços da cesta e com um salário tão defasado.

Viver com um salário mínimo de 880 reais todo mês, com certeza é um ato de bravura. Mas, nestas condições estão milhares de brasileiros, que recebem 4,38 vezes menos que o valor ideal. Se seguíssemos o que manda a constituição brasileira, o trabalhador deveria receber hoje, um salário mínimo equivalente a R$ 3.856,23 mensais (cálculos de dezembro), segundo o Dieese. Esse é o valor estabelecido para as necessidades básicas do trabalhador e sua família, tendo em vista moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.

"As famílias estão esticando ao máximo o orçamento e fazem uma ginástica constante cortando grande parte dos itens essenciais ao dia a dia, restringindo ao mínimo necessário. O minguado salário mal dá para chegar até o final do mês. Precisamos em 2017 estabelecer políticas de recuperação e valorização do salário mínimo para dar condições de sobrevivência aos trabalhadores", ressalta Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

O custo da cesta básica subiu nas 27 capitais no acumulado de 2016, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas foram registradas em Rio Branco (23,63%), Maceió (20,69%) e Belém (16,70%). As menores variações ocorreram em Recife (4,23%), Curitiba (4,61%), São Paulo (4,96%) e Campo Grande (5,04%).

Entre novembro e dezembro, o valor da cesta diminuiu em 25 cidades. As maiores quedas foram registradas em Aracaju (-5,11%), Campo Grande (-4,16%) e São Luís (-4,13%). As maiores altas foram em Manaus (0,22%) e Rio Branco (0,97%).

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 459,02), seguida de Florianópolis (R$ 453,80), Rio de Janeiro (443,75) e São Paulo (R$ 438,89). Os menores valores médios foram observados em Recife (R$ 347,96), Aracaju (R$ 349,68) e Natal (R$ 351,96).

 

Salário necessário

Em dezembro, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.856,23, ou 4,38 vezes o mínimo de R$ 880. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.940,41, ou 4,48 vezes o piso vigente.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 98 horas e 59 minutos. Em novembro, a jornada necessária foi calculada em 100 horas e 56 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro, 48,90% do salário para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandavam 49,87%.

 

São Paulo

A cesta básica em São Paulo diminuiu em dezembro 2,55% em relação a novembro e custou R$ 438,89 - a quarta capital mais cara entre as 27 pesquisadas pelo Dieese.

O trabalhador paulistano remunerado pelo salário mínimo comprometeu 109 horas e 43 minutos da jornada mensal para adquirir os alimentos. Em novembro, a jornada necessária era de 112 horas e 36 minutos. Em relação a dezembro de 2015, o tempo comprometido era maior, de 116 horas e 44 minutos.

Em dezembro, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 54,21% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em novembro, o percentual exigido era de 55,63%. Em dezembro de 2015, era de 57,68%.

O valor médio da cesta básica paulistana em 2016 foi de R$ 456,48. O comprometimento do salário mínimo total com a compra da cesta básica média anual foi de 114 horas e 12 minutos, cerca de 5 horas a mais do que em 2015, quando correspondeu a 109 horas e 19 minutos.

Já o percentual do salário mínimo comprometido com a compra da cesta média paulistana foi de 51,87% em 2016, contra 49,45% em 2015.

 

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