Estamos todos na expectativa do que possa acontecer ao longo do ano de 2017 em relação à taxa básica de juros (Selic). Somente uma coisa nós temos certeza, que com o desaquecimento da economia a inflação arrefeceu abrindo espaço para novos cortes dos juros. Muitos economistas apostam em cortes radicais de 0,75% ponto percentual já nesta primeira reunião. Mas, o fato é que o BC tem que ter a cautela para observar o comportamento da economia mês a mês e, sendo assim, dosar o remédio conforme a necessidade.

"De nada adianta querer andar mais rápido que nossas pernas possam permitir. Estamos começando a dar sinais de recuperação da economia - ainda muito frágil - e não podemos permitir cometermos nenhum erro neste momento, pois estamos começando a sair de uma recessão longa, jamais vista em nossa história. Qualquer desvio ou dosagem errada poderá significar um retrocesso com efeitos colaterais muito amargo e um preço inconseqüente para a população brasileira. Como diz a sabedoria popular: Vamos devagar com o andor, que o santo é de barro", recomenda Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O Comitê de Politica Monetária (Copom) decidirá nesta quarta-feira (11) se a taxa básica de juros – Selic será reduzida ou mantida em 13,75% ao ano. A expectativa do mercado é que nessa primeira reunião de 2017 o comitê reduza a taxa em 0,50 ponto percentual, ao fazer com que a Selic, em primeiro momento, fique em 13,25% ao ano.

Essa é a estimativa feita pelo diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. A projeção da Selic em 13,25% ao ano pode se concretizar já que o Banco Central (BC), mesmo mais contido em suas decisões, sofre com a influência dos indicadores financeiros como a inflação, que ficará próxima da meta este ano, em 4,81%, segundo a última projeção do Boletim Focus, do BC.

A opinião de uma redução mais robusta na taxa de juros é compartilhada pelo professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), Rogério Mori. “O Banco Central deverá promover uma nova redução da meta da taxa básica de juros - Selic - nesta semana. A queda deve ficar em meio ponto percentual (0,50%), o que levará a meta da taxa Selic para 13,25% a.a. Essa queda se alinha, de um lado, com a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, e, por outro, com o debilitado ritmo da atividade econômica brasileira”, disse em nota ao que completou: “Nesse sentido, a queda recente da inflação abriu espaço para cortes na taxa de juros por parte do Banco Central, o que estimulará a demanda e a produção no médio prazo”.

 

Redução maior

Já a pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco, a redução da Selic será ainda maior, em 0,75%. Segundo a instituição financeira esse corte maior da Selic “parece ser consistente com a sua comunicação atual, bem como com os últimos indicadores econômicos”.

Ainda segundo as projeções macroeconômicas do Itaú Unibanco a “falta de uma sinalização explícita pelo Copom de que poderia reduzir a Selic em 0,75 p.p. deva ser obstáculo a essa decisão, visto que tal possibilidade tem estado claramente presente no debate público e também tem sido incorporada no apreçamento dos ativos financeiros correlatos”.

Nas duas últimas reuniões do Copom, o comitê optou por reduções tímidas de 0,25 p.p. Mesmo parecendo pequena, ela sinaliza que os executivos do BC não devem revogar a decisão de reduzir a taxa básica de juros, uma vez que a projeção do mercado é que até o final do ano a Selic fique em 10,25% ao ano.

 

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