Uma crise econômica sem precedentes é o que o país enfrenta hoje. São mais de três anos de uma recessão que já desempregou mais de 12 milhões de pessoas e fez vítimas no comércio, serviços e na indústria. Em 2016 a produção industrial encolheu 6,6%. O comércio teve queda generalizada nas vendas de 6,2%, com o pior desempenho em 15 anos. E o setor de serviços foi na mesma linha, com queda de 5%, a pior em cinco anos.

"Além de recessão, dólar, PIB, desemprego, juros e inflação, muita coisa precisa ser resolvida neste país para sairmos desse buraco. Resolver as questões das dívidas dos estados e as reformas trabalhistas e previdenciárias são essenciais neste momento. Mas é preciso também um pouco de moralidade dentro do Congresso Nacional, para não sermos passados para trás em manobras especiais que visam blindar congressistas em situação de desespero. Discutir as reformas com os trabalhadores, não existe tempo e nem interesse da parte do governo e parlamentares. Mas para se protegerem e se beneficiarem, vale até desengavetar, alterar e votar - às pressas- projetos que dormiam há anos nas gavetas das duas casas. Como dizia o velho filósofo Tim Maia: Vale tudo..." desabafa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 4,55% em 2016, informou o Banco Central nesta quinta-feira (16).

A comparação é feita descontando diferenças sazonais entre os períodos.

Sem descontar as diferenças sazonais, houve queda de 4,34% do PIB em 2016. No mês de dezembro, o IBC-Br caiu 0,26% em relação a novembro, em dados que consideram as diferenças sazonais, e 0,56% sem essas diferenças.

 

Pior recessão da história

Se a prévia se confirmar, 2016 terá sido o segundo ano seguido de encolhimento do PIB. Em 2015, a economia caiu 3,8%, segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2014, houve leve alta de 0,1%.

O IBGE divulgará os dados do PIB de 2016 em 7 de março.

A prévia do BC é ainda pior que o resultado previsto pelo mercado. Na pesquisa Focus mais recente, economistas projetaram queda de 3,5% do PIB no ano passado.

Tanto os dados do BC quanto a previsão dos analistas reforçam a leitura de que o país atravessa a pior recessão da sua história, desde que os registros oficiais começaram, em 1901.

Para 2017, a projeção do mercado é de crescimento de 0,48% do PIB, bem abaixo da estimativa do governo, de 1%.

 

Comércio, indústria e serviços tombam

O resultado do IBC-Br reflete os tombos dos três setores da economia.

Em 2016, o comércio encolheu 6,2%, pior desempenho em 15 anos, com o consumo fraco impactando de forma generalizada as vendas, com destaque para supermercados.

O setor de serviços foi na mesma linha, com queda de 5%, a pior em cinco anos, em meio às fortes perdas na atividade de transportes.

Por sua vez, indústria brasileira teve uma redução de 6,6% na produção, terceiro ano seguido de perdas.

 

IBC-Br

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.

O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

 

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