Muito embora o governo venha fazendo esforços para diminuir o desemprego, a realidade mostra que a economia do país não está reagindo no ritmo esperado e o número de desempregados continua aumentando numa velocidade frenética. Contabilizamos nesta véspera de carnaval 12,9 milhões de pessoas sem emprego no Brasil. Desde 2012, quando o IBGE começou a divulgar a pesquisa, não se via uma taxa tão alta.

Essa é sem dúvida a pior crise que o Brasil enfrenta em toda sua história. São mais de três anos de uma recessão que já desempregou mais de 12 milhões de pessoas e fez vítimas no comércio, serviços e na indústria. Em 2016 a produção industrial encolheu 6,6%. O comércio teve queda generalizada nas vendas de 6,2%, com o pior desempenho em 15 anos. E o setor de serviços caiu 5%, a pior queda em cinco anos.

"Muita coisa precisa ser resolvida neste país para sairmos desse buraco. Resolver as questões das dívidas dos estados e as reformas trabalhistas e previdenciárias são essenciais neste momento. Mas é preciso também um pouco de moralidade dentro do Congresso Nacional, para não sermos passados para trás em manobras especiais que visam blindar congressistas em situação de desespero. A cada dia que passa o noticiário dá conta de novas denuncias contra partidos e políticos de todos os cantos do país. Esses escândalos contribuem de maneira negativa para a economia, pois retira a credibilidade do país e faz sumir os investimentos. Tá na hora de acabarmos com essa folia e mandar pra cadeia todos os fanfarrões envolvidos em negociata", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O desemprego no país foi de 12,6%, em média, no trimestre de novembro a janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa é a mais alta desde que o instituto começou a publicar a pesquisa, em 2012.

No período, o número de desempregados no Brasil foi de 12,9 milhões de pessoas. São cerca de 879 mil desempregados a mais do que no trimestre de agosto a outubro, alta de 7,3% na população desocupada. Em um ano, são 3,3 milhões de pessoas a mais sem emprego, um aumento de 34,3%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).

 

Comparação com resultados anteriores

No trimestre de novembro de 2016 a janeiro de 2017, a taxa de desemprego foi de 12,6%:

  • no trimestre de agosto a outubro, havia sido de 11,8%;
  • no trimestre de outubro a dezembro, havia sido de 12%;
  • um ano antes (novembro de 2016 a janeiro 2017), havia sido de 9,5%.

 

O número de desempregados chegou a 12,9 milhões:

  • no trimestre de agosto a outubro, havia sido de 12 milhões;
  • no trimestre de outubro a dezembro, havia sido de 12,3 milhões;
  • um ano antes (novembro de 2015 a janeiro de 2016), havia sido de 9,6 milhões.

 

Número de trabalhadores

O número de pessoas com trabalho foi de 89,9 milhões entre novembro e janeiro, número estável em relação ao período de agosto a outubro.

Em um ano, o total de trabalhadores caiu 1,9%, o que equivale a cerca de 1,7 milhão de pessoas.

 

Rendimento de R$ 2.056

O rendimento real (ajustado pela inflação) do trabalhador ficou, em média, em R$ 2.056. O valor é 0,08% maior que o do trimestre de agosto a outubro (R$ 2.040) e 0,04% maior comparado ao mesmo período do ano anterior (R$ 2.047). O IBGE considera que houve estabilidade nas duas comparações.

 

Número de carteiras

O número de empregados com carteira assinada ficou em 33,9 milhões, queda de 0,05% na comparação com o trimestre de agosto a outubro, ou 183 mil pessoas a menos com carteira. Em um ano, o país perdeu 1,3 milhão de empregos com carteira, recuo de 3,7%.

 

Metodologia da pesquisa

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios.

O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

 

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