O governo federal resolveu entrar em campo e jogar pesado contra os focos de resistência da base aliada na comissão que discute a proposta de reforma da Previdência Social na Câmara dos Deputados e que rejeitam à proposta de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, ponto inegociável para a equipe econômica e também para o presidente da república.

Entre socos e cotoveladas, o Palácio do Planalto tem pressa em aprovar a proposta ainda no primeiro semestre deste ano na Câmara dos Deputados. Diante desse imbróglio, aliados do presidente defendem, reservadamente, que líderes dos partidos da base cobrem apoio dos indicados à comissão, sob pena de uma eventual substituição desses integrantes caso não se alinhem à orientação do governo.

O problema é que a proposta do governo já é objeto de discórdia entre os 36 integrantes da comissão, que entre eles, 18 são totalmente contra a idade mínima de 65 anos e sete defendem a fixação de idades inferiores a 65 anos.

"É bom lembrar que a discussão está apenas começando e a grande maioria dos deputados entende que muitos pontos têm que ser aprimorados ou revistos. Os parlamentares argumentam que é preciso modificar alguns pontos do projeto, caso contrário ele não será aprovado. De nada adianta o governo ficar pressionando para aprovar o texto da forma como ele foi concebido. O assunto é polêmico e diz respeito aos direitos de milhões de trabalhadores brasileiros. É muito salutar que os digníssimos deputados analisem com muito zelo e carinho e façam as correções necessárias no texto, sob pena de serem cobrados pela população e perderem seus mandatos no próximo ano", adverte Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O Palácio do Planalto mapeou nos últimos dias focos de resistência da base aliada na comissão que discute a proposta de reforma da Previdência Social na Câmara dos Deputados. O governo está preocupado com a resistência a pontos cruciais da proposta.

Temer quer aprovar o texto da reforma ainda no primeiro semestre na Câmara, mas assessores do presidente admitem que o prazo pode se estender em razão de atrasos na comissão. Uma das principais preocupações do Planalto é com a oposição de deputados da base à proposta de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, ponto inegociável para a equipe econômica e também para o presidente Temer.

Diante deste cenário, aliados do presidente defendem, reservadamente, que líderes dos partidos da base cobrem apoio dos indicados à comissão. E já discutem, como estratégia, a eventual substituição desses integrantes caso não se alinhem à orientação do governo.

Cabe aos líderes partidários as indicações de deputados para comporem as comissões especiais. O líder também pode fazer a substituição do deputado indicado do seu partido - apesar de poder gerar uma situação de "embate político", como define um assessor de Temer.

Para cobrar os governistas, auxiliares de Temer argumentam que os partidos são atendidos com cargos em diferentes escalões. Em troca, o Planalto quer aprovar projetos como a reforma da Previdência - que já enfrenta problemas na fase inicial de discussão.

Para avançar no projeto, a equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá conversar nesta sexta sobre o projeto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

 

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