Nem bem passou a euforia do corte da taxa básica de juros (Selic) promovido pelo Banco central no mês passado - pela quarta vez - e os juros do cartão de crédito voltaram a subir para mais de 444% ao ano em fevereiro. Em janeiro, a taxa havia ficado em 441,76% ao ano. Apesar dos esforços do governo em querer baixar os, astronômicos juros, ainda assim eles resistem e ultrapassam a barreira do suportável, atrapalhando a economia e sufocando o consumo, emprego e a renda do trabalhador.

"Somente no Brasil existe e é permitida tamanha aberração. Num momento de crise em que o país precisa de taxas de juros baixas para incentivar o consumo, fazer girar a economia e gerar empregos, empresas de cartão de crédito e empréstimos pessoais andam na contramão e cobram juros exorbitantes em cima do consumidor. São empresários inescrupulosos, sempre na busca por mais lucro. É preciso acabar de vez com o monstro dos juros altos, pois do contrário não sairemos da lama que nos encontramos e não haverá crescimento econômico", desabafa Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Os juros médios do cartão de crédito subiram em fevereiro, para 444,03% ao ano, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgada nesta terça-feira (14). No mês anterior, a taxa havia ficado em 441,76% ao ano.

Se for considerada a taxa mensal, os juros do rotativo do cartão também subiram, de 15,12% em janeiro para 15,16% em fevereiro.

A alta dos juros do cartão de crédito ocorre mesmo após o (Copom) Comitê de Política Monetária do (BC) Banco Central cortar pela quarta vez a taxa básica de juros (Selic). No mês passado, a taxa caiu em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

 

Cheque especial

Segundo a associação, os juros do cheque especial caíram, de 309,24% ao ano em janeiro para 306,63% ao ano em fevereiro. Com isso, a taxa média de juros para pessoa física caiu de 155,2% em janeiro para 154,63% ao ano em fevereiro.

Veja como ficaram as taxas de juros para pessoa física, segundo a Anefac:

 

Os números são valores médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).