O sonho da casa própria é uma realidade bastante factível no Brasil, se não fosse pelo fato de que o cidadão acaba enfrentando as restrições à concessão de financiamentos. Essa condição aliada a juros altos, desemprego e declínio na renda das famílias, tem levado a atual escassez de investimentos no setor da construção. O reflexo disso tudo, foi o fechamento de 455 mil postos de trabalho na construção civil em 2015 em todo o país. É o que revela a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

"O desemprego poderia ser definido como uma crueldade para com o ser humano. Retirar o emprego e a renda de uma pessoa é retirar a sua dignidade. O cidadão desempregado acaba perdendo o chão que pisa e a esperança em dias melhores. Já somos mais de 14 milhões de desempregados, num país cheio de riquezas e de uma população trabalhadora e incansável. Os empregos continuam sumindo do mercado de trabalho enquanto o governo só tem olhos para as reformas, que muito pelo contrário irão aprofundar ainda mais a crise e não ajudará no desenvolvimento de nosso país. Temos que dar um basta e cobrar do governo federal políticas e atitudes para voltarmos a crescer e gerar empregos", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Apesar de o número de empresas ativas no setor de construção civil ter aumentado entre 2014 e 2015, a quantidade de pessoas empregadas nesse segmento diminuiu. É o que revela a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

Em 2015, havia 131,5 mil empresas ativas que ocuparam 2,4 milhões de pessoas, cerca de 455 mil a menos do que em 2014. O salário médio mensal recuou 1,4% em termos reais, passando de R$ 1.970,05 em 2014 para R$ 1.943,43 entre um ano e outro.

O IBGE aponta que os resultados ruins da construção civil refletem a fraqueza da economia, com queda na demanda dos consumidores, juros altos e menos acesso ao crédito.

Já a proporção dos gastos das empresas com pessoal se manteve quase a mesma, correspondendo a um terço dos custos e despesas da indústria da construção. Em 2014, 32,8% de todas as despesas das companhias foram direcionadas ao quadro de funcionários. Em 2015, essa proporção foi para 33,3%.

 

Receita encolhe

A pesquisa mostra ainda que as empresas do setor de construção civil faturaram menos em 2015. A receita operacional líquida de todas as companhias somou R$ 323,9 bilhões, o que representa uma queda real de 18,7%. No ano, as empresas realizaram serviços e incorporações que somaram R$ 354,4 bilhões, o que significa queda de 16,5% na comparação com 2014.

Em 2015, também diminuiu a proporção de obras contratadas pelo governo. No ano, 30,6% do valor corrente dos serviços de construção veio de obras contratadas por entidades públicas, contra 33,9% em 2014.

 

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