Nem bem começou a valer a reforma trabalhista e já estamos tendo resultados apavorantes no aumento do desemprego na indústria paulista. Quase 10 mil trabalhadores - somente em junho - sentiram na pele os efeitos de uma economia em recessão e as conseqüências de uma reforma trabalhista, que já foi sancionada e começa a fazer novas vítimas no mercado de trabalho. Ainda sob efeito da perversa engenharia que gerou as novas normas trabalhistas e que foram feitas na calada da noite por empresários inescrupulosos e um governo decadente, sem a participação da sociedade, o povo começa a acordar de um pesadelo que sepultou as leis trabalhistas no Brasil e trouxe de volta a escravidão no trabalho.

"Foram anos de direitos conquistados, jogados na lata do lixo sob o pretexto de um a suposta modernização das leis do trabalho e a garantia de geração de novos empregos. Mas, não demorou muito e começou a aparecer o subproduto das maldades em cima da classe trabalhadora brasileira. Se hoje temos mais de 14 milhões de desempregados, a tendência é que esse número daqui pra frente aumente substancialmente e coloque o país numa rota de colisão sem volta", alerta Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

A indústria paulista mais fechou do que abriu vagas no mês de junho. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (14) pela Pesquisa de Nível de Emprego em âmbito estadual da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor demitiu 9,5 mil trabalhadores em junho. O resultado representa uma queda de 0,44% no nível de emprego na comparação com o mês anterior.

No acumulado para o primeiro trimestre deste ano, os números seguem positivos, com 10 mil novas vagas de trabalho, o melhor resultado desde 2013. Dos 22 segmentos da indústria pesquisados, somente o de couro e calçados registrou resultado positivo em junho, com a geração de 233 vagas. O resultado foi negativo em 17 segmentos e 4 continuaram estáveis. Entre os que tiveram resultado negativo, o destaque foi à área de produtos alimentícios.

No período, o segmento fechou 2,3 mil vagas. Em seguida, estão os setores de impressão e reprodução de gravações (-1,33 mil vagas), bebidas (-1,30 mil vagas) e móveis (-1,11 mil). O setor de impressão e reprodução de gravações, em especial, registrou a pior queda no período, ficando 3,35% abaixo do registrado em maio. "Neste 1º semestre tivemos três meses positivos e três negativos. Estamos em fase de transição", disse a Fiesp em comunicado à imprensa.

"A regulamentação da terceirização, a emenda constitucional do teto dos gastos públicos, a nova legislação da exploração do petróleo, e agora a aprovação da reforma trabalhista, são um conjunto de medidas que devem reativar a economia do país dando mais ânimo para as contratações", defendeu a federação.

Nas 36 regiões paulistas, 17 tiveram alta, com destaque para Jaú (1,13%), influenciada pelo setor de produtos de metal (18,18%) e produtos alimentícios (1,16%). Em São Caetano do Sul, houve alta de 0,59%, impulsionada pelos móveis (3,19%) e produtos alimentícios (1,74%). Em Limeira, a alta foi de 0,48%, influenciada por veículos automotores e autopeças (1,64%) e produtos alimentícios (2,34%).

O setor da indústria de 27 municípios, porém, teve resultado negativo. As maiores quedas foram registradas em Botucatu (-4,34%), com artigos de vestuário (-32,53%) e produtos alimentícios (-0,42%); Santos (-1,65%), influenciada por produtos de metal (-9,31%) e produtos minerais não metálicos (-1,90%) e Matão (-1,49%), máquinas e equipamentos (-2,18%) e produtos alimentícios (-0,94%).

 

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