As operadoras de TV seguem investindo em infraestrutura e na ampliação de suas redes como estratégia de crescimento, ou pelo menos de preparação para que, ao final da crise econômica, estejam melhor posicionadas.

Pelo menos essa é a posição da Net e da Oi apontada durante o PAYTV Forum 2018, que acontece nos dias 30 e 31 de julho com realização de TELETIME e TELA VIVA. As operadoras, no entanto, divergem quanto à possibilidade de vender canais desempacotados, ou unbundling.

A Oi, conta Bernardo Winik, diretor executivo comercial da Oi TV, trabalha para ter até o final do ano 19 novas cidades atendidas pelo IPTV, o que é um reforço importante na estratégia da empresa que, até aqui, estava concentrada no DTH e no empacotamento do serviço de TV paga com serviços de banda larga fixa e celular. Para 2019, deve aumentar ainda mais o footprint para todo o Brasil, diz ele, sem dar detalhes.

A Net também segue ampliando a cobertura, conta Daniel Barros, CEO da Net Serviços. "Em todos os lugares em que entramos, tivemos sucesso. Vamos seguir tanto no que já fazemos, quanto com coisas novas", disse, sem contudo dar detalhes da quantidade e perfis das cidades em que a Net tem se expandido.

A divergência está em como oferecer o serviço aos assinantes. Para Winik, o modelo de empacotamento não atende o consumidor. "Ninguém quer ter aquela quantidade de canais. O consumidor diz que paga por coisas que não usa e que gostaria de poder escolher. Ele ainda vê valor, mas quer escolher", argumenta o executivo.

A solução do desempacotamento, no entanto, pode ficar muito mais cara ao consumidor final. Essa é a posição da Net. Segundo Barros, o desafio é levar o que o cliente quer quando quer. "A qualidade do que os programadores fazem é excepcional. Quem tem condições financeiras quer isso. A parcela para a qual atuamos, quer isso e até mais. Ele quer tudo", diz o executivo.

Para ele, há outras amarras que atrapalham o crescimento. Como exemplo, citou o acesso ao conteúdo online restrito a um número de devices aquém da necessidade de muitas famílias. A amarra, neste caso, está nos contratos com as programadoras. "Na minha casa, com quatro pessoas, temos pelo menos dez devices que poderiam acessar o conteúdo, mas são permitidos apenas cinco por assinatura", apontou.

Para Barros, é um movimento claro que as operadoras de TV por assinatura se tornarão agregadores de vários serviços não-lineares.

Para ambos os executivos das operadoras, as ofertas não-lineares e OTT fundamentais para segurar o churn e permitir o crescimento da base. Na rede Oi, em quatro anos, o streaming de vídeo subiu de 25% para 75% dos dados trafegados. Além disso, não há mais venda de TV sem a banda larga empacotada – em 2015, 40% das contratações incluíam banda larga. Com isso, o volume de acessos únicos à plataforma online Oi Play multiplicou por sete apenas em 18 meses.

 

Programação

O elo da programação na cadeia de valor já oferece às operadoras há algum tempo soluções para TV everywhere e catch-up. Mais recentemente, começaram a oferecer pacotes para não assinantes de TV, ainda que vendidos através das operadoras. O Fox+ é um desses produtos, que conta com 11 canais lineares da programadora mais conteúdo on demand. Segundo Michel Piestun vice-presidente sênior e general manager da Fox Networks Group, isso não é o fim da TV por assinatura, mas a resposta a uma nova oportunidade de distribuição. Ele lembra que a penetração da TV paga é de 26% no Brasil, enquanto banda larga e celular chegam a 41% e 92% da população, respectivamente.

Para o executivo a melhor plataforma para esportes e notícias ainda é a TV por assinatura, no entanto, é preciso ter uma resposta à demanda pelo online e pelo desejo de unbundling. Atualmente, o produto da Fox só é oferecido empacotado com o conjunto de canais da programadora. Piestun não descarta, no entanto, a hipótese de vender os canais de esportes separados do pacote.

 

 

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