12 Sindicalistas de países Latino-Americanos trocam conhecimentos através de Intercambio Sindical promovido pela JILAF – Japan International Labour Fundation

Thiago Garcia, Diretor Social do SINCAB participou no mês de julho, do programa de formação e capitação para lideranças sindicais, promovido pela Japan International Labor Fundation (JILAF), maior central sindical do país, e trouxe na bagagem muito conhecimento de toda organização sindical e legislação trabalhista japonesa.

Segundo Thiago, mesmo o Japão sendo um país sem greves nem manifestações tem um número expressivo de mais de 25.000 sindicatos de base, contudo prevalece a harmonia das negociações e a pratica do SHUNTÔ (Ofensiva Salarial de Primavera), período em que ficam centralizadas todas as campanhas salariais, entre abril e maio é a hora que os sindicatos ganham grande mobilização da sociedade, com as rodadas de negociações mantidas entre a classe trabalhadora e os patrões de uma única vez.

Diferente dos países Sul-americanos, a lei sindical japonesa estabelece que cada Empresa poderá ter o seu sindicato, e não por categoria econômica e profissional como no Brasil.

Mesmo com baixíssima taxa de desemprego, cerca de 2%, o Japão vive a sombra do alto número de trabalhadores não regulares, também conhecidos como Hi-Seishain (não efetivo) que hoje atinge 40% dos contratos celebrados.

“Engana-se quem pensa que o Japão e suas leis trabalhistas são perfeitas e todas cumpridas, cerca de 10% desses trabalhadores não regulares já reduziram o número de refeições por dia, por causa da dificuldade financeira”, comentou Thiago Garcia.

O dirigente teve oportunidade de visitar e trocar informações em diversos órgãos do governo, entidades sindicais e também visitou algumas empresas, entre as principais atividades destaca-se a visita ao Ministério do Trabalho Saúde e Bem-Estar, Agência de Empregos Hello Work, Cooperativa de Seguro Social ZENROSAI, Encontro com a maior Central Sindical Japonesa RENGO, Visita em uma das maiores siderúrgicas do mundo a SANNYO. 

“Foram 15 dias de intensa rotina, bem ao melhor estilo Japonês, agenda lotada de compromissos, aproveitando cada minuto do dia, caminhando e andando de transporte público o dia todo”, disse Thiago.

Outro tema fortemente debatido foi Indústria 4.0 ou a Quarta Revolução Industrial, que é um dos grandes temores globais em relação ao futuro do emprego, o SINCAB tem grande preocupação em expandir debates sobre este tema e assim o fez com seu representante no Japão.

Enquanto alguns estudos projetam perdas de mais de 50 milhões de empregos, a percepção japonesa vai na contramão destes estudos, eles enxergam de forma otimista a Revolução 4.0, creem em uma reformulação de mão de obra, com surgimento de novas profissões que exigem mais qualificação e menos esforço.

“O espelho retrovisor do carro não será mais necessário, será substituído por câmeras, e todo equipamento eletrônico precisam de constante atualização e manutenção, ou seja, há que ter profissionais para situações que antes não tinham necessidade, não existiam”, comenta Mr. Tsuga Okamoto, dirigente da JAW – Federation Japan Automobile Workers”.

Para Thiago, o Intercambio Sindical fortaleceu a relação internacional das classes trabalhadoras e foi uma ótima oportunidade de aprender sobre a luta sindical e práticas de outros países, retornando ao Brasil com objetivo de colocar em ação boas práticas que se adequam a categoria dos trabalhadores em Empresas de Televisão por Assinatura.