Depois de quatro dias veiculando matérias criticando os efeitos da abertura do mercado de TV a cabo no Brasil, decidido cautelarmente pela Anatel, a TV Bandeirantes posicionou-se institucionalmente contra a decisão da agência e criticou as grandes empresas de telefonia do país. Em editorial, lido na edição desta quinta-feira, 21, do Jornal da Band, a emissora atacou o que considerou um "descalabro" na oferta de banda larga no Brasil, "uma das mais estreitas e caras do planeta". E acusou a Anatel de colaborar com esse cenário ao permitir que as teles entrem no mercado de TV por assinatura.

As principais críticas foram feitas às concessionárias de telefonia fixa, que teriam "fortíssima influência na Anatel". "São aqueles que fazem o que bem entendem para atender mal o consumidor brasileiro e garantir seus lucros fáceis e ilegítimos", declarou o âncora Joelmir Beting, responsável pela leitura do editorial. "Você que paga o Velox ou o Speedy ou o Net Vírtua saiba o seguinte: você é um explorado que não tem o apoio dos governantes, condenado a ser mais explorado ainda se a Anatel insistir nessa sua posição ilegal e absurda", complementou.

O Grupo Bandeirantes possui concessões de TV a cabo, por meio da TV Cidade, de quem é sócia controladora. Desde a divulgação da medida cautelar da Anatel tornando o número de licenças para esse serviço ilimitado, a emissora critica a decisão, tendo optado por se posicionar publicamente a partir da última segunda-feira, 19, com uma série de matérias apontando problemas na iniciativa. A Anatel chegou a divulgar uma "nota de esclarecimento" rebatendo as críticas da emissora na última terça, 20, em que argumenta que a medida ampliará a competição no mercado de cabo, que hoje atinge pouco mais que 4,5 milhões de assinantes.

Veja abaixo a íntegra do editorial do Grupo Bandeirantes:

"Como se não bastasse o desrespeito ao consumidor de banda larga no Brasil, uma das mais estreitas e caras do planeta, vem agora a Anatel aumentar esse descalabro. Aqui, quem quer entrar ou já entrou no mundo inevitável da Internet tem que pagar 10 vezes, por exemplo, o que paga o cidadão japonês. É um absurdo. Pois saiba que vai piorar. Porque simplesmente o governo, no caso, a Anatel vai lavar as mãos diante de tudo isso ao liberar a entrada sem critérios no negócio de TV por assinatura. Ou melhor, vai compactuar com os atuais exploradores da área, que são gigantes com fortíssima influência na Anatel, agora mais poderosa em ano eleitoral. São aqueles que fazem o que bem entendem para atender mal o consumidor brasileiro e garantir seus lucros fáceis e ilegítimos. Um assalto consentido contra setores cada vez maiores da população. Você que paga o Velox ou o Speedy ou o NET Vírtua saiba o seguinte: você é um explorado que não tem o apoio dos governantes, condenado a ser mais explorado ainda se a Anatel insistir nessa sua posição ilegal e absurda. Essa é a opinião do Grupo Bandeirantes".

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