A oferta da Embratel pela Net para compra de 100% das ações preferenciais da maior empresa de TV por assinatura do Brasil sinaliza um primeiro esforço do mexicano Carlos Slim para unificar seus negócios no país em meio ao acirramento da competição com a espanhola Telefónica no mercado brasileiro. A Embratel, ex-estatal de telefonia de longa distância, está disposta a desembolsar R$ 4,57 bilhões para ter 100% dos papeis preferenciais da Net. O preço por ação a ser pago, segundo a Embratel, é de R$ 23, correspondendo a um prêmio (ágio) de 23,1% sobre a média ponderada pelo volume dos preços de fechamento dos pregões dos últimos 30 dias. O preço será ajustado no caso de eventual pagamento de dividendos ou juros sobre o capital próprio. As ações preferenciais da Net disparavam 13,91% às 11h55, reagindo ao anúncio da oferta, para R$ 22,77.

O bilionário mexicano Carlos Slim é proprietário da América Móvil -- que controla a Claro e Embratel no Brasil--, além de dividir a Net com as Organizações Globo, da família Marinho.

Na Net, a Globo possui 51% e a Telmex, de Slim, tem 49% de participação da GB Empreendimentos e Participações, holding que tem a maioria das ações ordinárias da operadora de TV por assinatura.

Após vender Vivo, Portugal Telecom comprará 22% da Oi
Telefónica assume 60% da Vivo e vai à Bolsa por mais 3,8%

A Embratel já possui 35,8% das ações ordinárias da Net e 5,4% das ações preferenciais.

Movimentação

Desde a semana passada, quando dois grandes movimentos alteraram a composição do setor de telecomunicações brasileiro, o mercado esperava uma ação das empresas controladas por Slim para reposicionar de maneira mais estratégica a América Móvil num dos mercados emergentes que mais crescem, o Brasil.

O primeiro movimento, em 28 de julho, foi feito pela PT (Portugal Telecom) que aceitou vender sua fatia na Vivo à Telefónica, com a qual dividia o controle da operadora móvel, por 7,5 bilhões de euros. As negociações pela Vivo começaram em maio.

Ao mesmo tempo, o grupo português e a brasileira Oi anunciaram acordo para uma participação cruzada, de modo que a Portugal Telecom tenha 22,4% da Oi, que adquire com o negócio 10% da portuguesa.

A Telefónica pretende unir Vivo e Telesp, sua concessionária de telefonia fixa em São Paulo, ganhando força e escala para oferta combinada de serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e TV paga. A Oi já tem pacotes multisserviços e será fortalecida com a injeção de capital novo no grupo.

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