Nos últimos meses o comércio parece ensaiar uma recuperação muito tímida no mercado de trabalho. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de demissões no varejo, neste ano, será menor do que o previsto anteriormente. Se confirmada as previsões, o comércio nacional estará dando um saldo rumo ao crescimento e criação de novas vagas de trabalho. Além disso, a confiança do comércio voltou a crescer em agosto, pelo quarto mês seguido, segundo dados divulgados na última terça-feira (23) pela CNC. A alta foi de 1% na comparação com o mês anterior, influenciada pela melhora na avaliação das condições correntes (+8,3%) e nas intenções de investimentos (+1,8%).

"Esses são os primeiros passos de 2016 em direção a recuperação da confiança do empresariado. É preciso paciência para que devagarzinho o setor se recupere e retorne com os investimentos necessários, abrindo espaço para novas contratações. Tudo isso combinado com mais acesso ao crédito, principal fator de estagnação do consumo", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O número de demissões no varejo, neste ano, deverá ser menor do que havia sido previsto anteriormente. Em nova projeção, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que, em 2016, o saldo entre trabalhadores admitidos e demitidos no varejo brasileiro deverá ficar negativo em 230 mil postos de trabalho. Na projeção anterior, de maio, esperava-se que o saldo deste ano fosse de -279 mil vagas no comércio.

Na comparação mensal, foi registrado redução no saldo entre admitidos e demitidos no varejo: -27,9 em junho ante -15,2 mil em julho. Além disso, a quantidade de trabalhadores do setor demitidos em julho (250,6 mil) foi a menor desde 2009, quando o total foi de 239,5 mil.

"A confiança do comércio tem aumentado nos últimos meses, mas ela ainda evidencia um pessimismo no setor. Essa confiança é o principal obstáculo à retomada das contratações e só vai se recuperar realmente quando os fatores que afetam o consumo, como o acesso ao crédito, por exemplo, se combinarem de forma mais favorável”, aponta o economista da CNC Fabio Bentes, por meio de nota.

Nos últimos 12 meses, 3,52 milhões de pessoas foram demitidas – o menor nível desde dezembro de 2010, quando foram 3,5 milhões. O ranking da queda de emprego no varejo é liderado pelos ramos de móveis e eletrodomésticos (-9,1%), livrarias e papelarias (-6%) e comércio automotivo (-5,9%). Esses segmentos também são os que mais se destacam negativamente em termos de volume de vendas: respectivamente -15,7%, -15,5% e -17,1%.

Já em números absolutos, o maior destaque negativo é o segmento de vestuário e calçados, com redução de 59,9 mil vagas.

 

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