"De percentual em percentual, a taxa de desemprego no Brasil está ficando cada vez mais robusta. O mercado de trabalho vem sofrendo desde o ano passado com a forte recessão na qual o Brasil está mergulhado. Está ficando cada vez mais difícil traçar perspectivas para o futuro do mercado de trabalho. Em janeiro havíamos tomado um susto quando as pesquisas revelaram um desemprego na casa dos 7,6%. Mas, chegou fevereiro trazendo a notícia estarrecedora, 8,2% de pessoas desempregadas. Para piorar, a renda média do trabalhador recuou 1,5% em relação a janeiro, ou seja, as pessoas estão perdendo poder de compra. Esse é o Brasil que estamos vivendo, de recessão econômica, inflação fora de controle, juros altos e desemprego nas alturas, enfatiza Canindé Pegado, presidente do SINCAB".

A taxa de desemprego do Brasil cresceu pela segunda vez seguida e atingiu 8,2 por cento em fevereiro, maior nível em quase sete anos e com nova queda na renda média do trabalhador, sucumbindo ao cenário recessivo brasileiro.

Em janeiro, o desemprego medido pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) havia sido de 7,6 por cento. O resultado de fevereiro é o mais alto desde maio de 2009, quando a taxa foi de 8,8 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

A PME abrange o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do país. A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa chegaria a 8,1 por cento por cento no mês na mediana das previsões.

A renda média também foi afetada pelo atual cenário, informou o IBGE, com recuo de 1,5 por cento em fevereiro sobre janeiro, atingindo 2.227,5 reais. Na comparação com o mesmo mês de 2015, a queda foi de 7,5 por cento, num cenário de inflação alta e juros elevados.

Os dados mostram que no mês passado a população ocupada diminuiu 1,9 por cento sobre o mês anterior, somando 22,555 milhões de pessoas. Sobre fevereiro de 2015, a queda foi de 3,6 por cento, o que representa 842 mil pessoas que perderam seus empregos.

O comércio foi a atividade que mais dispensou, com queda de 3,9 por cento no número de trabalhadores em relação a janeiro, ou 177 mil pessoas demitidas.

"A notícia desfavorável que ficou evidente foi a queda na ocupação. São cortes mesmo. Além daqueles setores que já vinham dispensando, como construção e indústria, vimos agora dispensas no comércio", destacou a técnica da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.

Já a população desocupada registrou alta de 7,2 por cento contra janeiro e forte aumento de 39 por cento sobre um ano antes, chegando a 2,015 milhões de pessoas à procura de uma posição.

O mercado de trabalho sofre desde o ano passado com a forte recessão na qual o Brasil está mergulhado, sem perspectiva de melhora em breve já que a pesquisa Focus do Banco Central aponta expectativa de contração econômica de 3,60 por cento este ano. 

Esta foi a última divulgação da PME, que agora será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, mais abrangente. Pela Pnad Contínua, o país chegou ao fim de 2015 com 9,1 milhões de desempregados e taxa de desemprego de 9 por cento no quarto trimestre.

 

 

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