Presidente da companhia disse que aguarda autorização da Anatel há seis meses e vê a antecipação do leilão da 3,5 GHz como ameaça.

O presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, pediu nesta quarta-feira (20) ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que intervenha para que a Anatel libere a autorização do uso da faixa de 2,5 GHz em oferta de serviço de banda larga. “Somos uma empresa que queremos fornecer banda larga, temos concessões de 2,5 GHz e esse processo não anda, certamente para favorecer as empresas de telecom. Não estou pedindo dinheiro do governo, só quero atender aquilo que o PNBL [Plano Nacional de Banda Larga] tem como proposta”, disse Baptista ao sair do encontro.

“Por que a Anatel não deixa a Sky operar? Estou esperando a licença há seis meses. É como estivesse pedindo uma licença para morar numa casa que é minha, estranho não?”, questionou Baptista. A preocupação dele é com a possibilidade já anunciada pela Anatel de promover a licitação da faixa de 3,5 GHz antes da de 2,5 GHz. “Achamos que essa frequência tem uma série de complexidade, de equipamento, de tempo. A licitação da 3,5 GHz é só uma conversa para jogar uma decisão para frente, para dois ou três anos. Isso só interessa a quem depende de dinheiro público e não tem capacidade de investir. É só protelação, porque não tem equipamento para suportar, vai ser muito mais complexo. Do ponto de vista técnico é mais difícil do que o uso da 2,5 GHz”, defendeu Baptista.

O presidente da Sky não quis adiantar qual tecnologia que usará para oferecer banda larga pela faixa de 2,5 GHz, mas é de conhecimento público que a empresa testou com sucesso o uso do WiMax em três dos 12 estados onde detém a frequência. “Vamos oferecer banda larga com a qualidade que oferecemos TV paga. Nós já temos plano de negócio definido e teríamos condições de oferecer o serviço em três a quatro meses com uma banda larga superior a que está sendo oferecida atualmente no mercado”, assegurou.

Baptista disse que a conversa com o ministro foi positiva e que vai aguardar os desdobramentos. “A gente sabe que existem outras considerações a serem feitas de natureza técnica e jurídica, mas estamos animados”, disse.

Desde que foi aprovada a nova destinação da faixa de 2,5 GHz pela Anatel, as empresas de MMDS, como a TV Filme adquirida pela Sky, já perderam 120 MHz dos 190 MHz antes destinados ao serviço. E essa banda vai ser reduzida ainda mais até 2016, quando o serviço ficará apenas com 50 MHz.

DTH popular
O presidente da Sky aproveitou o encontro com o ministro para apresentar a atuação da empresa nos morros do Rio de Janeiro, onde já foram instaladas as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora). Nessas comunidades, a Sky está oferecendo o serviço de TV paga via satélite a R$ 39,90.

“Nós fizemos sim um esforço, a gente está competindo com a pirataria nesses locais com plano apenas R$ 9,90 a mais do que o serviço pirata. E nós recolhemos impostos, criamos empregos. Então não é um preço tão alto para que essas populações optem por um serviço legal”, disse Baptista. Ele salientou que as empresas não podem se furtar de apoiar projetos dessa natureza, que garantem benefícios tangíveis e imediatos para populações carentes.

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