Trabalho e Emprego

Será bom para o trabalhador? Essa é a pergunta que se faz, quando o governo federal estuda formas de tornar viáveis duas novas modalidades de contrato de trabalho: o parcial e o intermitente. São propostas que fazem parte da tão discutida reforma trabalhista anunciada pelo governo em exercício, que prevê jornada de trabalho menor que 44 horas semanais e direitos proporcionais. Para os técnicos do governo, esse tipo de contrato vai beneficiar principalmente estudantes e aposentados que precisem complementar sua renda. Já os sindicalistas temem por retrocessos nos direitos adquiridos dos trabalhadores num momento de desemprego elevado e economia em baixa.

Já estamos no segundo semestre do ano e a taxa de desemprego continua em sua trajetória de alta. O desemprego não deu trégua e chegou a 11,6% no trimestre encerrado em julho, somando quase 12 milhões de desempregados no país com a renda em queda, além de um cenário de recessão e inflação insustentável, que vem impedindo o crescimento econômico brasileiro.

Apenas no mês de julho, o mercado de trabalho brasileiro fechou mais de 94 mil vagas, contabilizando o segundo pior mês da série histórica sem ajustes, iniciada em 1992. Os dados revelados pelo Ministério do Trabalho mostram a contínua deterioração do mercado de trabalho frente à recessão. Isso acaba afetando a economia de um país que já galgou a sexta colocação no ranking mundial.

Nos últimos meses o comércio parece ensaiar uma recuperação muito tímida no mercado de trabalho. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de demissões no varejo, neste ano, será menor do que o previsto anteriormente. Se confirmada as previsões, o comércio nacional estará dando um saldo rumo ao crescimento e criação de novas vagas de trabalho. Além disso, a confiança do comércio voltou a crescer em agosto, pelo quarto mês seguido, segundo dados divulgados na última terça-feira (23) pela CNC. A alta foi de 1% na comparação com o mês anterior, influenciada pela melhora na avaliação das condições correntes (+8,3%) e nas intenções de investimentos (+1,8%).

Na já frenética busca por uma vaga de trabalho, acaba de surgir mais uma dificuldade para quem está procurando emprego. O tempo gasto na busca por uma vaga quase que dobrou em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Brasília, segundo dados do Dieese. O estudo mostra que o tempo médio de procura no primeiro semestre deste ano ficou em 36 semanas, ou 9 meses. Há seis anos, quando o Brasil vivia o pleno emprego, a busca durava, em média, apenas 20 semanas, ou cinco meses, tempo coberto pelo seguro-desemprego. A lógica é simples: com mais gente procurando vaga em um mercado de raras oportunidades, demora-se mais para conseguir emprego.

Go to top
JSN Boot template designed by JoomlaShine.com